Boletim Inovação Aberta
Edição 24 - Maio de 2013
 

O Boletim Inovação Aberta é uma iniciativa do Wenovate - Open Innovation Center. Nesta publicação, pessoas envolvidas com a prática da inovação aberta no país são entrevistadas com o objetivo de registrar casos, discutir conceitos e propiciar oportunidades. O boletim também oferece informações sobre os principais cursos, eventos, artigos e lançamentos relacionados à inovação aberta.

UMA PARA TRÊS

O que mudou no cenário da inovação no Brasil nos últimos dez anos e o que esperar para a próxima década?

 

Paulo Coutinho
Gerente de Inovação, Braskem

“Houve uma evolução grande no governo quanto à legislação e os incentivos para a inovação, entendendo a necessidade de compartilhar o risco da inovação com as empresas. Também aumentou a consciência sobre a importância dos engenheiros. O próprio Ciência sem Fronteiras vem reforçar a qualidade desses profissionais. Em terceiro lugar, o país começa a entender que é preciso priorizar recursos para áreas em que existe vantagem comparativa expressiva ou inerente, como aconteceu com os químicos a partir de renováveis. Para a próxima década, espero um amadurecimento do que já vem sendo feito, juntamente com a evolução da gestão da inovação principalmente nas médias e pequenas empresas, além da melhoria das relações entre universidades e empresas.”

Fabio Klein
Diretor de Desenvolvimento Tecnológico, Embraco

“O mercado brasileiro se tornou mais aberto para os produtos globais e as empresas precisaram aprender a identificar, de forma mais efetiva, as necessidades do mercado e a desenvolver processos que acelerassem o desenvolvimento de novos produtos. Foi necessária uma década de transformações para que as empresas aprendessem a importância de envolver centros de pesquisa e universidades aos seus departamentos de P&D, o que deu início à aplicação do conceito de inovação aberta no Brasil. Para a próxima década, mesmo empresas que já possuam processos bem estruturados de P&D precisarão aprimorá-los e a criação de um rico ecossistema em torno do desenvolvimento de soluções inteligentes será fundamental. A combinação de inovação e reputação de marca é o que garantirá a sustentabilidade dos negócios.”

Frederico Ramazzini Braga
Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento,BRF

“A última década no Brasil foi marcada por um aumento quantitativo e qualitativo dos mecanismos governamentais de incentivo à P,D&I. As instituições do sistema de inovação se fortaleceram, o que contribuiu para aumentar, diversificar e internacionalizar as parcerias entre institutos de pesquisa, universidades e empresas, aprofundando trocas de conhecimento e transferência de tecnologias. De modo geral, as empresas aumentaram a confiança no sistema e passaram a utilizá-lo com mais frequência. A velocidade das mudanças obriga as empresas a se posicionarem como organizações abertas à cocriação. Tendo em vista esse cenário, podemos esperar o fortalecimento das parcerias e experiências colaborativas, que deverão ser ainda mais multidisciplinares e multifuncionais.”

[+] Topo

 

VISÃO

A inovação no core da política econômica

Carlos Américo Pacheco tem amplo currículo na academia, de títulos a cargos de liderança. Sua visão, porém, vai muito além. O atual reitor do ITA é nome de peso nas discussões sobre os rumos da inovação no país. Para ele, não há dúvidas de que o tema precisa penetrar, com urgência, na agenda da política econômica brasileira. Confira abaixo alguns trechos da entrevista que concedeu ao boletim Inovação Aberta.

Desafios para a inovação há dez anos

Já existia uma discussão pública importante sobre a inovação na década passada, mas os instrumentos públicos eram fracos em termos de subvenção e de enfatizar a pesquisa mais aplicada. A Lei de Inovação trazia uma proposta de cooperação implícita, mas existia uma dificuldade para obter recursos, já que ainda estávamos estruturando a receita dos fundos setoriais, que não tinham ainda comprovado seu potencial. Tínhamos saído, em 1997, da redução dos incentivos para as empresas, no meio da crise fiscal, e houve uma recuperação em 2002, mas ainda era tímida. Havia uma efervescência do tema da inovação, porque a Lei da Inovação estava em  debate em 2001 e 2002 no Congresso. Em 2004, ela foi considerada decisiva e importante. Mal ou bem, houve enorme esforço de usar o arcabouço legal para buscar caminhos novos.

A melhora dos instrumentos só ocorreu mesmo com a Lei do Bem, que se baseou na legislação anterior e ampliou os incentivos à inovação. Sabemos que a Lei do Bem tem todos aqueles defeitos, que só beneficia as empresas com lucro real, que abrange um universo pequeno de empresas, que não atinge as empresas menores, etc. Mas melhorou muito comparativamente. Ela atinge as grandes empresas, o que tem um efeito importante sobre a cadeia produtiva.

O interessante é perceber que esse histórico representou um esforço de aprendizagem institucional. A Lei de Inovação também tem dificuldades e é mais generosa no discurso do que na prática, mas gerou uma mudança de conduta em que se entendeu que o relacionamento e a cooperação são benéficos para todos os lados.

Em relação aos recursos, há dez anos o orçamento dos fundos era de R$ 300 milhões e a estimativa era de alcançar R$ 1 bilhão. Hoje, arrecadam-se cerca de R$ 4 bilhões. Como estratégia de articulação, que previa um alinhamento entre setor público e privado, criação de um comitê gestor etc., pode não ter funcionado tão bem, mas não há dúvida de que se provou como fonte de recursos.

Desafios hoje

Agora, há um consenso claro – público e privado – de que a inovação é agenda empresarial. Precisamos de uma política industrial e de instrumentos econômicos para a inovação. Até agora, temos colocado instrumentos de fomento à ciência, mas o que impulsiona a inovação é tarifa, crédito, abertura de mercado, negociação internacional e promoção comercial. Precisamos de um envolvimento maior do Ministério do Desenvolvimento, de um tratamento mais sólido quanto ao capital de risco, do envolvimento do Ministério da Fazenda. A inovação tem que ir além da Finep e do CNPq e penetrar no core da política econômica. Se conseguirmos isso, a solução para os demais desafios vem na sequência.

Cooperação universidade-empresa

Essa cooperação nunca foi absolutamente ruim. De modo geral, há uma tendência progressiva para a cooperação. Uma universidade tem acima de tudo o objetivo de educar gente. Se a fosse uma empresa, seu produto principal seria o aluno. Na receita das universidades, não chegam a 15% os recursos que vêm de colaboração. Para as escolas, quanto mais gente aprenderem, melhor. Em uma empresa competente e desenvolvida, cuja tecnologia tem papel decisivo, é o contrário: quanto  menos pessoas tiverem acesso ao àquele conhecimento, melhor, pois é isso que garante o valor. A cooperação mostra que, apesar disso, é benéfica para ambas. Para a universidade, traz desafios novos, problemas de estudo, oportunidades para os estudantes. E as empresas se beneficiam acessando um conhecimento diferente e mais amplo do que existe internamente.

Inova Empresa e Embrapii

A Embrapii e o Inova empresa trazem uma novidade importante. A dúvida está na forma de operacionalizar. É a estruturação de um modelo que estimule várias instituições a atuará fortemente em conjunto via sustentabilidade financeira.  Assim como ocorreu com os NIT’s e com a Lei de inovação, vamos passar por um período de aprendizado, e é esse aprendizado que vai dizer seu impacto e sucesso.

É uma iniciativa importante, por mais que seja difícil. O cenário é diferente do da Embrapa. Os agricultores não competem diretamente um com o outro, têm uma característica de cooperação muito forte, é mais fácil difundir determinadas tecnologias. Na indústria, ao contrário, as empresas não estão tão dispostas a passar informações para o vizinho. É difícil trabalhar “no atacado” e gerar soluções quase que globais como acontece com variedades de soja, por exemplo.

[+] Topo

 

ENTREVISTA

Uma só mudança

Uma rápida busca no Google pelo nome do pesquisador residente da Universidade da Califórnia em Berkeley, Jean Paul Jacob, mostra mais de 500 mil resultados. Boa parte são reportagens e entrevistas com suas previsões sobre o futuro da tecnologia. Em uma delas, em entrevista a Jô Soares, acertou na mosca a introdução dessa tal de world wide web (www) nas nossas vidas. Mais que um bom vidente, Jacob é um observador atento das mudanças. Durante algumas décadas, vivenciou essas transformações olhando de dentro de uma gigante da tecnologia, a IBM. Para o boletim Inovação Aberta, também pedimos previsões - e retrospectivas -, mas com foco nas práticas de inovação. Para ele, toda a discussão sobre inovação nasce a partir de uma expressão: economia de serviços.

Inovação Aberta (I.A.): Quais foram as principais mudanças em relação às práticas de inovação mundiais dos últimos dez anos?

Houve uma só grande mudança: somos cada vez mais trabalhadores de uma economia de serviços em que o diferencial competitivo é a inovação. O serviço é sempre uma coprodução. Sempre. No restaurante ou no consultório médico, quanto mais você der informações para o prestador de serviços, melhor será o resultado. Além disso, é um bem intangível. Portanto, não existe métrica. Como você pode provar que é melhor jornalista do que outros: pelo número de palavras que escreve? Isso não existe. A única forma de se diferenciar é a inovação.

I.A.: Se compararmos as práticas de inovação de dez anos atrás e de hoje houve uma mudança expressiva na inovação em si?

A prática em si é muito semelhante. A diferença é que há dez anos falava-se mais sobre pastel de queijo do que sobre inovação. Inovação é a palavra da moda, assim como agora surgiram cloud computing e big data.

I.A.: E a mudança que a inovação aberta trouxe?

A inovação é definida por quatro características, que são seus pilares de sustentação: é colaborativa, multidisciplinar, aberta e global. Henry Chesbrough avaliou em sua área de negócios que a abertura era o pilar mais importante e, por isso, a nomenclatura inovação aberta, mas a inovação sempre precisa dos quatro pilares.

I.A.: Como a introdução do conceito de inovação aberta modificou as empresas?

Houve uma modificação na cultura. As empresas estão entendendo que não precisam fazer tudo e inventar tudo. Quanto mais ouvirem seus clientes, melhor para as empresas. Quando recebem as demandas dos clientes e coproduzem com eles, estão recebendo involuntariamente o conceito de inovação.

I.A.: Essa mudança teve impacto mesmo sobre empresas sólidas, como a IBM?

A mudança  é mais lenta na grande que na microempresa, assim como é muito mais fácil guinar um barco à vela que um transatlântico. A IBM deu essa guinada quando passou de empresa que produzia computador para empresa de serviços. Essa redefinição salvou a IBM. Aconteceu em 1993 e continua acontecendo agora, inclusive na chamada inovação aberta. A IBM, que sempre teve grande orgulho de seu portfólio de patentes, hoje compra empresas e coutiliza suas tecnologias e soluções em uma velocidade que não imaginaríamos.

I.A.: Esse é um modelo que deve continuar se provando verdadeiro nos próximos anos?

Sim. A pergunta é: a que velocidade? As empresas que chegarem primeiro têm mais chances de sucesso, mas a inovação tem tempo certo. Às vezes, acontece rápido demais ou na direção errada. O primeiro smartphone, chamado Simon, foi criado pela IBM [em 1992] e foi um feito brilhante, mas prematuro, lançado muito antes de seu tempo. Ninguém sabia o que era aquilo, telefone era só algo que ligava e que tocava. Neste momento, estou avaliando dez inovações, algumas na área de medicina e saúde, por exemplo, e tentando saber se elas darão certo. Não basta elas serem brilhantes.

I.A.: Podemos esperar novas mudanças tão importantes?

A inovação foi uma consequência da passagem de uma economia industrial para a de serviços. O que nos aguarda agora é uma reversão/evolução da economia de serviços. A economia industrial é massificada, enquanto a de serviços traz a personalização. Teremos nos próximos anos a massificação com personalização. Por exemplo, será possível introduzir tecnologia como a impressão 3D nos consultórios de dentistas para acelerar a produção de próteses, mas cada uma será feita de forma individualizada para cada paciente. Da mesma forma, isso pode acontecer com a produção de órgãos humanos para transplantes.

I.A.: Quais as perspectivas em relação à inovação para os próximos anos?

Quando falo sobre inovação em minhas palestras, mostro que a inovação será movida a desafios em áreas em que antes não pensávamos do ponto de vista da inovação tecnológica. As pessoas estão migrando do campo para a cidade em todo o mundo. Como vai ser produzida a comida? Sem contar as dificuldades como transporte, epidemias, energia e outros tantos desafios sociais que irão guiar a inovação: saúde, transporte, crime, água potável.

[+] Topo

 

ARTIGO

As promessas da inovação aberta: o que aprendemos e o que esperar

Bruno Rondani, diretor-presidente do Wenovate

Desde que o termo foi cunhado em 2003, o conceito de inovação aberta foi vastamente adotado pelos gestores da inovação das principais empresas no mundo todo. O modelo nasceu trazendo consigo algumas promessas importantes. Enquanto algumas se cumpriram, outras não se realizaram da mesma forma e ainda enfrentam desafios.

Dentre as promessas cumpridas, o entendimento geral dos gestores é que o modelo de inovação aberta motivou uma mudança de paradigma gerencial em que a colaboração externa passou ser tratada com muito mais atenção, disciplina e, principalmente, método. Hoje, são poucas as empresas líderes em inovação que não investiram nos últimos 10 anos em modelos e sistemas gerenciais para lidar com a complexidade da colaboração externa para a inovação. Esse esforço acabou favorecendo também o fortalecimento da cultura da inovação colaborativa internamente nas organizações.

As plataformas de software que facilitam a colaboração interna tornaram-se item comum, bem como o uso de intermediários de inovação para facilitar a conexão com o ambiente externo. De um lado, as plataformas colaborativas internas se popularizaram tendo como objetivo engajar horizontalmente funcionários no processo de inovação da empresa independentemente de sua função, cargo ou departamento. Do outro, os intermediários de inovação se multiplicaram no mercado prometendo diminuir a assimetria de informação entre aqueles que possuem desafios e aqueles que possuem soluções.

Porém, as principais promessas que a prática da inovação aberta trazia eram mais pragmáticas. Entre os benefícios mais citados pelos seus evangelistas estavam (1) o acesso a conhecimento e tecnologias externas que viabilizam ou  reduzem o tempo e risco para o desenvolvimento de inovações, (2) o compartilhamento de conhecimento e recursos complementares entre parceiros, atenuando a demanda por novos investimentos, (3) a monetização de ativos tecnológicos inutilizados internamente por meio de licenciamento/venda de patentes, spin-off de novos negócios ou desinvestimento, (4) a criação de modelos de negócios abertos capazes de evoluir para plataformas em seu estágio mais avançado.

Dos mais diversos modelos que as empresas adotaram para alcançar os objetivos prometidos pela prática da inovação aberta, destaca-se a popularização do lançamento de desafios através de plataformas próprias ou oferecidas por intermediários externos. Hoje elas são parte do sistema de inovação e respondem bem a problemas incrementais, mas não ao desenvolvimento de inovações estratégicas. A popularização dos desafios de inovação aberta, segundo os praticantes, foram muito úteis para sensibilização de redes externas, ainda que os projetos mais relevantes de colaboração partam da relação mais estreitas com parceiros estratégicos.

Vimos com mais frequência a parceria entre empresas, universidades e governo na criação de ambientes, laboratórios e até organizações gestoras dedicadas à colaboração entre seus mantenedores e comunidades externas. Universidades reorganizaram muitos de seus grupos de pesquisa em torno de centros orientados a desafios da sociedade e da indústria. Empresas de setores distintos criaram consórcios entre si para a viabialização de organizações dedicadas à gestão e execução de projetos colaborativos de inovação. Laboratórios de pesquisa montaram infraestruturas de demonstração de tecnologia visando à comercialização de resultados da pesquisa para a iniciativa privada. Parques tecnológicos investiram na criação de ambientes de colaboração para integrar com mais facilidade os diferentes atores da inovação e até países se uniram para criar organizações voltadas à colaboração bilateral para a inovação.

Essas iniciativas produziram um grande impacto em prol da colaboração para o desenvolvimento de inovações, mas a crítica comum é que os aspectos relacionados aos modelos de investimento público-privado e à negociação da titularidade e exploração da propriedade intelectual resultantes dos projetos são ainda importantes desafios.

Também vimos a multiplicação de fundos de venture capital e aceleradoras de startups corporativas. Os fundos corporativos se distinguem dos tradicionais venture capitalists, que têm como objetivo puramente o resultado financeiro de seus investimentos, por inserirem na equação outros objetivos. Entre eles, a monetização de ativos tecnológicos não utilizados internamente a partir da criação de novos negócios, a aquisição de startups relevantes para o core business e o fomento de ecossistemas externos. Em sua maioria, essas iniciativas ainda não demonstraram resultados de que de fato impactam na construção de uma estratégia de inovação para a empresa mãe, e já há casos de alguns desses fundos abandonarem seus objetivos estratégicos e voltarem-se ao modelo puramente financeiro.

Também vimos algumas empresas redefinirem radicalmente sua estrutura e estratégia para se tornarem plataformas orquestradoras de comunidades de inovação. Temos exemplos em vários setores dessa transformação, em empresas como Apple, P&G e Eli Lilly.

O legado da inovação aberta

A inovação aberta que vemos acontecer hoje ainda encontra uma série de desafios. Esses desafios mais justificam a validade do que foi proposto, do que o colocam em risco, pois só existem pela radical mudança de comportamento pela qual o mercado passou. As empresas hoje competem pelas redes de inovação.

Os ecossistemas são complexos e está cada vez mais claro que a conexão entre as pessoas é ponto essencial. Para a inovação aberta acontecer, é preciso acima de tudo estabelecer relações de confiança. Cada vez mais, estabelecemos consórcios, que abrangem interesses diferentes e o desafio está em encontrar o equilíbrio para que, ainda assim, se consiga trabalhar em conjunto.

O que aprendemos nesses últimos anos foi que o esforço de inovação não está restrito ao P&D, a nenhum outro departamento de uma empresa, à própria empresa ou ao seu modelo de negócio. O esforço da inovação está distribuído nas diversas comunidades. Estamos vivendo uma transformação em como indivíduos e instituições se organizam para inovar. A abordagem da inovação aberta auxilia as empresas a navegarem nesse novo ambiente.

As relações externas fortalecem a importância de modelos de negócios para garantir a competitividade e não apenas o domínio tecnológico ou a oferta do produto. É por meio da inovação aberta que avançamos num novo entendimento sobre propriedade intelectual, na parceria universidade-empresa, no compartilhamento de recursos e na aplicação do conhecimento gerado de forma dispersa. Hoje a inovação aberta traz consigo a promessa de que as empresas podem ser atores chaves para reorientar seus esforços em torno dos novos desafios globais e sociais mesmo dentro de um ambiente competitivo. Ou seja, uma nova era do capitalismo.

[+] Topo

 

NOTÍCIAS WENOVATE E PARCEIROS

Modelo de arenas mostra potencial para criação de parcerias duradouras

Na última edição do Open Innovation Seminar, em novembro de 2012, foram realizadas dez arenas de inovação aberta. Consolidadas como modelo de cooperação em outros países, elas foram o passo inicial para o estabelecimento de uma nova forma de cooperação no Brasil. Algumas delas já mostram desdobramentos importantes.

Com proposta ambiciosa, a arena Ciência sem Fronteiras, por exemplo, tinha como objetivo buscar modelos mais efetivos para envolver a iniciativa privada no programa do Governo Federal de internacionalização da ciência e da inovação. O Centro de Inovação Sueco Brasileiro e a Saab foram as primeiras organizações parceiras do centro a criar uma plataforma de colaboração entre pesquisadores brasileiros e suecos para gerar sinergia e aprimorar os projetos de pesquisa submetidos à seleção do programa. Neste ano, o Wenovate vem estabelecendo um diálogo direto com o CNPq para ampliar esse modelo, melhorando o alcance e o aproveitamento das bolsas.

“O CNPq tem recursos para criar um número suficiente de bolsas, além das que estão sendo ofertadas pelas empresas. Nosso desafio agora não é criar mais vagas, mas sim preencher as existentes”, afirma o coordenador das ações nacionais do CNPq, Emerson Willer. Segundo ele, o volume de candidatos que chegam a ter acesso às bolsas de pós-graduação é decepcionante. “O apoio do Wenovate pode ser muito importante para conseguirmos buscar os profissionais adequados para as vagas e mobilizar as empresas para apoiarem o programa – não no patrocínio de novas bolsas, mas no apoio a essas plataformas de colaboração, na procura de estágios práticos no exterior e no aproveitamento dos profissionais que retornam do intercâmbio”.

 

Encontro Acadêmico

Uma das novidades do ano passado foi a realização do primeiro Encontro Acadêmico de Inovação Aberta. Pesquisadores de universidades brasileiras e do exterior se reuniram para apresentar suas linhas de trabalho e criar conexões capazes de gerar parcerias. Uma delas começa a se materializar. A Capes acaba de aprovar um projeto de cooperação científica, que envolve pesquisadores da Universidade de São Paulo e a Universidade de Lindkoping. Ainda é preciso aguardar a confirmação da STINT, organização sueca envolvida na parceria, o que deve ocorrer em breve.

Outra parceria que está sendo encaminhada é entre a Universidade Federal de Itajubá e a Universidade de Berkeley. A Unifei aprovou junto ao CNPq um projeto que busca entender qual é o modelo de inovação aberta praticado nas empresas brasileiras. Liderado pelo pesquisador de Engenharia de Produção, Carlos Mello o projeto inclui a participação de doutorandos, que devem realizar suas pesquisas por meio de doutorado sanduíche. Um deles será realizado em co-orientação do professor Henry Chesbrough.

 

Natura Campus

No último OIS, uma das arenas foi realizada pela Natura, que se beneficiou do ambiente de troca de conhecimento e colaboração para promover um encontro com sua rede de parceiros e realizar a premiação do Natura Campus, programa que visa fomentar a inovação por meio de redes colaborativas. Neste mês, a empresa divulgou o resultado da nova edição do programa. Sete projetos de inovação aberta foram contemplados.

A chamada de projetos foi lançada em 2012 por meio de dois editais: Edital Amazônia, lançado junto com a inauguração do Núcleo de Inovação Natura Amazônia, sede que a empresa de cosméticos mantém em Manaus, e Edital Ciência, Tecnologia e Inovação. O investimento total previsto é de aproximadamente R$ 6 milhões em toda a Chamada de Projetos Natura Campus.

Foram visitadas 29 instituições - entre elas, universidades e hospitais - com a participação de mais de mil pessoas. Depois de avaliadas por gestores e pesquisadores da área de inovação da Natura sobre alinhamento estratégico e o mérito técnico, as propostas finalistas foram selecionadas para uma etapa de imersão na Natura e colaboração direta com pesquisadores da empresa. O programa recebeu propostas de 94 organizações. Dessas, houve 24 finalistas e 13 propostas foram aprovadas para os dois editais.

[+] Topo

 

SAVE THE DATE




25 a 27 de Novembro - WTC São Paulo

[+] Topo

 


Colabore

Sugestões e comentários sobre o conteúdo deste boletim podem ser encaminhados para carla.colonna@wenovate.org.br.
Para apoiar esta iniciativa entre em contato com adiler.vilkas@wenovate.org.br.



  Acompanhe as atividades do wenovate e relacione-se
com os demais profissionais da inovação.
Contato Facebook Twitter Ning You Tube
 

Patrocínio e Colaboração